Luxação Congênita do Joelho

O que é?

A Luxação Congênita do Joelho é uma condição rara que ocorre ao nascimento e envolve a hiperextensão da articulação do joelho com diferentes graus de deslocamento anterior da tíbia. Ela pode ser classificada em três graus:

  • Grau 1: Hiperextensão simples
  • Grau 2: Subluxação anterior da tíbia, redutível com flexão
  • Grau 3: Luxação anterior completa da tíbia

Epidemiologia

A incidência estimada dessa condição é de 1 a cada 100.000 nascidos vivos, o que representa 1% da ocorrência de luxação congênita do quadril, tornando-a uma condição extremamente rara.

A luxação congênita do joelho apresenta-se com contraturas em hiperextensão e dobras cutâneas transversais anteriores devido ao encurtamento do músculo quadríceps e outras estruturas articulares envolvidas. A tíbia pode apresentar deformidades rotatórias ou em valgo, e, em alguns casos, pode haver frouxidão nos ligamentos. Além disso, essa condição está frequentemente associada a outras deformidades, como pé torto, luxação do quadril e síndromes genéticas como artrogripose, mielodisplasia e síndrome de Ehlers-Danlos.

Diagnóstico

O diagnóstico é predominantemente clínico, complementado por radiografias que confirmam o grau de luxação. Em alguns casos, o uso de ultrassonografia pré-natal pode ajudar a identificar a condição antes do nascimento. Quando o tratamento conservador não é bem-sucedido, uma artrografia pode ser utilizada para compreender melhor a anatomia do joelho antes de uma intervenção cirúrgica.

Causas

A causa exata da luxação congênita do joelho não é completamente conhecida. Acredita-se que fatores mecânicos, como espaço intrauterino reduzido e mau posicionamento fetal, possam contribuir para o desenvolvimento da condição. Outra hipótese sugere que o encurtamento do músculo quadríceps também desempenha um papel importante.

Tratamento

  • Grau 1 e 2: A maioria dos casos pode ser tratada de forma conservadora com o uso de gessos em série para corrigir a hiperextensão. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhor o prognóstico. Em casos mais graves, a injeção de toxina botulínica pode ajudar a relaxar o músculo quadríceps.

  • Cirurgia: Em casos em que o tratamento conservador não for eficaz, a cirurgia pode ser indicada para alongar o quadríceps e corrigir a articulação do joelho. Procedimentos minimamente invasivos também têm sido explorados, como a quadricepsplastia percutânea.

Complicações:

Apesar do tratamento, seja conservador ou cirúrgico, alguns pacientes podem apresentar hiperextensão residual ou frouxidão articular. A insuficiência do músculo quadríceps também pode ocorrer em casos de redução aberta e alongamento do quadríceps. No entanto, com acompanhamento adequado, a maioria dos pacientes apresenta uma recuperação funcional satisfatória.