Doença de Legg-Calvé-Perthes

Doença de Legg-Calvé-Perthes

DEFINICÃO

A doença de Legg-Calvé-Perthes é uma patologia autolimitada de origem idiopática (sem causa especifica e conhecida), decorrente da interrupção do suprimento sanguíneo arterial para a epífise femoral proximal ( cabeça do fêmur) e que resulta em uma área de necrose óssea.

ETIOLOGIA

A enfermidade foi descrita em 1910 pelos médicos: Arthur Legg, nos Estados Unidos da América; Jacques Calvé, na França; Georg Perthes, na Alemanha; e Henning Waldenström, na Suécia.

A causa da patologia é desconhecida. Varias hipóteses diagnósticas e múltiplas causas já foram abordadas, como: alterações do colágeno tipo II, microtrauma, suscetibilidade da criança, coagulopatias, displasias esqueléticas, doenças metabólicas, fumo passivo, endocrinopatias ou sequelas de sinovites.

EPIDEMIOLOGIA

A doença de Legg-Calvé-Perthes, acomete mais meninos que meninas (5:1), é mais comum entre quatro e oito anos, porém pode ser diagnosticada em qualquer criança menor de 15 anos. Algumas crianças podem ter acometimento da patologia bilateral, ou, primeiro em um lado e depois no outro.

DIAGNÓSTICO E EXAME FÍSICO

O diagnóstico é realizado através de uma anamnese inicial (história clínica), exame físico e exames de imagem.

Geralmente, a criança apresenta dor, marcha claudicante (anda mancando), e melhora ao repouso. A dor pode ser no quadril, na face lateral da coxa ou no joelho (pela irradiação do nervo obturatório), e o antecedente de queda ou trauma direto é comum no relato dos pais.

No exame físico, a criança mancar, apresentar diminuição do movimento do quadril, especialmente rotação interna e abdução , e desenvolver hipotrofia da musculatura da coxa e da nádega do lado acometido. Pode haver, ainda, encurtamento do membro no curso da doença.

Exames de imagem, como a radiografia simples, em duas incidências, é suficiente para o diagnóstico da patologia. Nos casos iniciais, com radiografias pouco conclusivas, a ressonância magnética e a cintilografia podem ajudar.

Pela radiografia, é possível a diferenciação das fases da doença (Figura 1): necrose, fragmentação, reossificação e sequela. Pelas radiografias, podem-se realizar a classificação da doença, o prognóstico de acordo com a altura do pilar lateral da epífise e a porcentagem de seu comprometimento.

TRATAMENTO

Ao realizar o diagnóstico da Doença de Perthes, é importante orientar aos pais que não há tratamento medicamentoso para essa afecção.

Inicialmente, o tratamento é conservador, por meio da descarga do peso com uso de cadeira de rodas, muletas ou imobilizações temporárias. O tratamento cirúrgico deve ser reservado a situações específicas e bem indicadas.

Finalizando, a doença de Perthes geralmente tem um bom prognóstico, com algumas sequelas que não comprometem a função do quadril. As crianças com acometimento bilateral sequencial apresentam pior prognóstico, assim como o início da doença nas crianças com idade mais avançada.

DICA: É de extrema importância realizar o diagnóstico precoce.

EXPLICAÇÃO SOBRE O RAIO-X DA IMAGEM DA MATÉRIA:

Estadios radiológicos de progressão da doença de Legg-Calvé-Perthes.

a) Estadio 1. Estadio de necrose;

b) Estadio 2. Estadio de fragmentação;

c) Estadio 3. Estadio de revascularização;

d) Estadio 4. Estadio de remodelação.

Assista ao vídeo completo com a explicação da Dra Ana Gabriela em seu canal do Youtube, acesse www.youtube.com/draanagabrielascuoghi