Paralisia Cerebral

A Paralisia Cerebral (PC) é um termo amplo utilizado para descrever danos nas áreas do cérebro que controlam os movimentos e a coordenação. O impacto pode variar de leve a grave, com algumas crianças sendo capazes de caminhar sozinhas, enquanto outras precisam de muletas, andadores ou cadeiras de rodas.

Crianças com PC geralmente demoram mais para atingir marcos importantes de desenvolvimento, como rolar, sentar, engatinhar e caminhar.

Prognóstico

O acompanhamento multidisciplinar é essencial para garantir o melhor desenvolvimento da criança. Cada caso de Paralisia Cerebral é único, e o sucesso do tratamento depende de uma abordagem personalizada e contínua, adaptada às necessidades e capacidades da criança.

Diagnóstico

Os primeiros sinais de PC podem ser notados com atrasos no desenvolvimento motor, como demorar para sentar, engatinhar ou andar. Caso a criança não atinja essas fases no tempo esperado, sentar sozinha entre 6 e 8 meses ou andar por volta dos 18 meses, é importante procurar uma avaliação especializada.

Na minha avaliação, eu realizo uma análise cuidadosa do tônus muscular, reflexos, amplitude de movimento das articulações e observo as habilidades da criança, como o uso das mãos, a capacidade de sentar e engatinhar, entre outras. Em alguns casos, também posso recomendar exames de imagem, como ressonância magnética (MRI), para entender melhor possíveis anormalidades cerebrais.

Tratamento Cirúrgico

Cada criança com Paralisia Cerebral é única, por isso nem sempre é possível prever se será necessário algum procedimento cirúrgico. No entanto, quando indicado, a cirurgia pode ser realizada, principalmente entre 6 e 12 anos, para corrigir deformidades mais graves, como luxação do quadril ou contraturas articulares. As cirurgias podem envolver alongamento ou transferência de tendões, além de osteotomias corretivas.

Alguns pacientes também podem se beneficiar de um dispositivo chamado bomba de baclofeno, que libera medicamento diretamente na coluna, ajudando a relaxar os músculos. A rizotomia dorsal seletiva, um procedimento neurocirúrgico, pode ser indicada para reduzir a espasticidade severa.

Sintomas

Além das dificuldades motoras, outros sintomas podem incluir:

  • Atraso no desenvolvimento, dificuldades de aprendizagem ou problemas de fala.
  • Displasia do desenvolvimento do quadril
  • Dificuldades de visão ou audição.
  • Problemas para engolir, com os dentes ou constipação.
  • Curvatura da coluna (escoliose).
  • Contraturas articulares ou luxações do quadril.

Tratamento

Nos primeiros anos de vida, o foco está em ajudar a criança a atingir seus marcos de desenvolvimento motor, como sustentar a cabeça, sentar e engatinhar. Com programas de intervenção precoce com fisioterapia, terapia ocupacional, fonoterapia e, em alguns casos, hidroterapia e equoterapia.

Quando a criança atinge a idade escolar, o tratamento passa a priorizar a manutenção das funções motoras e o fortalecimento muscular, utilizando órteses e dispositivos auxiliares, como muletas, andadores ou cadeiras de rodas.

As órteses são fundamentais no tratamento da PC, pois ajudam a manter os pés bem posicionados, proporcionando maior estabilidade e prevenindo alterações nos pés. Em alguns casos, medicamentos podem ser indicados para reduzir a espasticidade muscular, sendo normalmente prescritos pelo Neuropediatra.

A aplicação de toxina botulínica (Botox) também pode ser recomendada para ajudar a relaxar a musculatura espástica e permitir melhor alongamento dos músculos, desde que as articulações ainda tenham boa mobilidade.

Atualmente, as injeções de células-tronco não são um tratamento aprovado para a PC nos Estados Unidos. Embora existam pesquisas em andamento, seu uso ainda está em fase experimental.